Ensaio de "A Paixão de Cristo" mostra quão grandioso será o espetáculo
Hoje (03), fui acompanhar mais um ensaio de A Paixão de Cristo que é produzido pela Prefeitura de Barretos por meio da Secretaria Municipal de Cultura cujo roteiro foi escrito por mim pelo quinto ano.
Já é possível se emocionar com algumas cenas. Como autor, é gratificante ver a entrega dos atores e atrizes às personagens que não foram criadas, muito bem desenhadas, mas roteirizadas, um tanto com licença poética por mim.
Do Reinaldo Costa, que dá vida a Jesus, eu nem preciso falar. Já interpretou por várias vezes, e pela quinta vez é o protagonista do texto escrito por mim. Em todas as cenas ele arrasa, lacra, dá ênfase ao nome Jesus e ao personagem que não é histórico pra mim, mas alguém que é vivo, muito vivo por meio da ação do Espírito Santo.
Alexandre Tarasinsky interpreta Lúcifer, ou se preferir pode chamar de diabo ou "the mônio". Olha, eu preciso confessar que eu achei que não teríamos um ator que desse vida ao diabo da forma como eu imaginei ao roteirizar. Hoje minha cara caiu na poeira do deserto. Ao assistir ao ensaio da cena da Tentação de Jesus eu me emocionei e me senti tão orgulhoso de Reinaldo e Alexandre! O Alexandre, sem que eu conversasse com ele sobre o personagem, encarnou o diabo que eu havia pensado. Simlesmente arrasou com força! Comedido, simples, mas intenso! Intenso na soberba, no deboche, seguro de que ele, sendo o demônio, conseguiria persuadir o Cristo a se prostrar diante dele. O desfecho, que eu não vou descrever para não estragar o momento de todos que forem assistir a peça no dia 25 de março, no Recinto Paulo de Lima Correa, foi magnífico! E palmas com muito louvor ao diretor, Ricardo Marques! Extraordinário!
Outra cena que merece o meu destaque é a do encontro de Jesus com a Samaritana. Jéssica Santos está dando vida a uma mulher real, uma mulher não de milênios atrás, mas cotidiana... que mesmo com os labores da vida ainda tem fé!
Raphael Leite, que está em cena pela primeira vez, é uma das boas surpresas desse ano do espetáculo. Ele aceitou o desafio de ser Pedro, o primogênito no governo da Igreja de Cristo e na cena da negação conseguiu me arrepiar. Espero, orgulhosamente, que ele não pare de interpretar após o fim do espetáculo. Que ele siga adiante. Ah, ok, não temos muita produção teatral em nossa cidade, mas podem surgir, né não? Quem sabe eu não passe a escrever mais para produções locais!
Como o autor do texto não gosto de ficar indo aos ensaios porque dá a impressão de que estou vigiando para ver se não modificaram o texto (e sim, quando eu vou eu fico observando mesmo e sou chato, quando eu não gosto das mudanças eu falo! Muhauahauah). É necessário que o autor se afaste e deixe que o diretor e também os atores possam criar em cima daquilo que está escrito, afinal, eles colocam suas emoções e sentimentos às falas e ações.
E eu fico tão feliz ao ver que pessoas queridas e amigas que convidei estão perseverantes nos ensaios: Camila Barco (que hoje tava dodoi), Cleber Caroni, Jéssica Santos, Leandro Joaquim e Robson Machado (que encarnou com a força que exige um dos sumos sacerdotes). Minha gratidão a vocês!
Enfim, de maneira geral, como primeiro expectador, estou satisfeito e orgulhoso de todos os atores e atrizes locais, veteranos ou estreantes, que se dispuseram a perder algumas horas de seus finais de semana para se dedicarem a esse espetáculo de fé e vida.
Se você que está lendo se sente motivado a participar, basta procurar a Secretaria Municipal de Cultura (prédio do antigo Fórum no centro) ou comenta esse post, manda um e-mail para mim: miltonfigueiredo.jornalista@gmail.com que a gente encaminha você para os ensaios. AInda precisamos de homens para alguns personagens.
Confira abaixo a sinopse do espetáculo e algumas fotos do ensaio de hoje:
Sinopse de A Paixão de Cristo
À mercê de Lúcifer, o pai da mentira, a humanidade esperava pelo Messias prometido pelos profetas do Antigo Testamento, aquele que libertaria a Terra da opressão do mal. Eis que, então, o Verbo se encarna a fim de resgatar as criaturas humanas do pecado iniciado por Adão e Eva que se deixaram levar pelas artimanhas do Anjo Caído no Jardim do Éden. Por milênios, homens e mulheres ficaram privados de habitar o paraíso de Éden, mas eis que chega o momento da porta, protegida pelo Arcanjo Miguel, ser reaberta.
Depois de nascer de maneira humilde, de crescer cercado por muito amor, ser batizado e se sentir apto, por 40 dias, Jesus, o Filho do Criador, se prepara no deserto para sair em missão e é tentado por Lúcifer que, de todas as maneiras, o coloca à prova de sua divindade e tenta convencê-lo de que a sua paixão pela humanidade será vã, pois os homens e as mulheres, em qualquer geração, hão de preferir a mentira, a bebedice, a orgia, o dinheiro, o poder... E que tudo o que disser na tentativa de ensiná-los sobre o Amor será como se jogado pérolas aos porcos.
Lúcifer ataca até mesmo debochando a solicitude de Maria e José à causa da salvação. O diabo ainda alerta Jesus de que no futuro seu nome será usado como marca a fim de render milhões. Mas, Jesus não se dá por vencido e persiste em sua missão que é a de pregar o Amor por onde passar. Só o Amor é capaz de libertar. Para tanto, sabendo que sua missão terminaria num ato de extrema paixão ao ponto de doar a sua vida pela remissão de todos os pecadores, escolhe dentre seus muitos discípulos 12 homens a quem chama de apóstolos para que, estando mais próximo dele, possam dirigir povos e nações depois de sua missão concluída.
Dentre os 12, destaca-se Simão, a quem o Messias passa a chamar de Pedro e nele põe sua total confiança na liderança do grupo, até mesmo depois de seu retorno à casa do Pai. Entretanto, Judas Iscariotes é outro apóstolo que tem total importância no plano salvífico do Criador, pois é graças à sua traição que Jesus pode concluir a sua missão. Depois de um beijo dado por Judas Iscariotes, sinal combinado com os sumos sacerdotes para revelar quem era aquele considerado por muitos o Messias, Jesus é levado pelos soldados até Pôncio Pilatos que o interroga sobre sua realeza e o indaga sobre saber que ele pode conduzir os próximos passos de sua existência. Mas, o filho de Deus devolve dizendo que nenhum poder ele teria para exercer sobre ele se não tivesse sido consentido do alto.
Jesus, então, é condenado à crucificação depois de berros de uma multidão, a mesma que antes o rendia graças por grandes milagres e a mesma que o acolheu com festa com panos e ramos quando de sua chegada à Jerusalém para os festejos da Páscoa.
No último encontro íntimo com sua mãe, o Nazareno pede que ela não sofra, pois está renovando todas as coisas conforme a promessa do Pai. Acompanhado por Maria e dois de seus mais fervorosos discípulos, Maria Madalena e seu apóstolo João, Jesus carrega o pesado madeiro em que será crucificado até chegar ao Gólgota.
Num misto de satisfação e medo, o rei dos judeus, conforme indicado no tabuleiro acima de sua cabeça, sente o peso dos pecados da humanidade e num momento totalmente humano, grita ao Pai o porquê de seu abandono naquele momento tão sofrido. A missão se finda e o Messias morre, para desespero de Lúcifer que previa sua derrota.
Três dias depois, Maria Madalena acompanhada de outras duas discípulas do Mestre vão ao túmulo e o encontram vazio. Acreditando que o corpo havia sido roubado, dois anjos surgem e revelam que o Messias havia ressuscitado conforme tinha prometido e que elas deveriam avisar a Pedro e aos demais que o encontrem na Galileia, local onde o Filho de Deus confia-lhes missão de anunciarem aos quatro cantos do planeta as lições de Amor e batizando a todos em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, o mesmo que ficaria com eles até o fim do mundo, quando ele retornará na glória de seu Pai.
Enfim, graças à grande paixão de Jesus, em nome de seu Pai, as portas do Jardim do Éden estão abertas novamente à humanidade.
O secretário municipal de Cultura hoje prestigiou também o ensaio, João Batista Chicalé. Ao seu lado temos a produtora do espetáculo, Sueli Fernandes.
Foto by Me